quarta-feira, 31 de março de 2010

Pearl Jam investe US$ 210 mil no plantio de árvores em Washington

OSLO, 30 de março (Reuters Life) - Enquanto muitas pessoas sonham em se tornar astros de rock, o guitarrista do Pearl Jam, Stone Gossard, diz que estar tentando ser mais um empreendedor para ajudar a desacelerar o processo de mudanças climáticas.

A banda norte-americana, que já vendeu 60 milhões de álbuns desde 1991, anunciou nesta segunda-feira estar investindo 210 mil dólares no plantio de árvores no Estado de Washington para absorver as estimadas 7 mil toneladas de dióxido de carbono ligadas à sua turnê de 32 dias em 2009.

"O Pearl Jam é uma banda mas também somos um negócio", disse à Reuters o guitarrista Gossard em entrevista telefônica.

"Estamos nos vendo como uma empresa em Washington, uma empresa regional que está reconhecendo seus rastros de carbono e esperando inspirar outras empresas."

Muitos músicos famosos tem buscado aumentar a conscientização sobre o aumento nos riscos das mudanças climáticas, muitas vezes plantando árvores, e culminando nos concertos "Live Earth" em julho de 2007, que percorreu sete continentes.

Mas Gossard, 43 anos, disse que a inspiração ligada às celebridades muitas vezes tem vida curta. "A idéia de uma celebridade é fantástica em termos de aumentar a conscientização por um dia ou uma semana, mas precisa ser uma política empresarial consistente no longo prazo", disse ele.

Ele disse que existem bons argumentos empresariais para investir em medidas climáticas --apesar de as pesquisas de opinião nos Estados Unidos revelarem uma crença cada vez menor do ser humano como causa do aquecimento global. A legislação para a redução da emissão de carbono está estagnada no Senado norte-americano.

"É realizável. Não irá matar a sua empresa e irá aumentar a habilidade de sua empresa em vender o que estiver vendendo por ser bom gestor da terra", disse ele.

Gossard disse que os investimentos do Pearl Jam tinham como objetivo compensar o carbono usado pela banda em combustíveis fósseis ligados a navios, caminhões, aviões, hotéis, assim como emissões estimadas de 480 mil fãs que viajaram e voltaram de seus shows em 2009.

Em: http://musica.uol.com.br/ultnot/reuters/2010/03/30/pearl-jam-investe-us-210-mil-no-plantio-de-arvores-em-washington.jhtm

segunda-feira, 8 de março de 2010

O Fundo da Folia (mar de Salvador pos Carnaval)

Obrigada Renatildes pela dica!


Visitem para matéria completa: http://www.globalgarbage.org/blog/index.php/2010/03/05/o-fundo-da-folia/


Bernardo Mussi
04 de março de 2010

Só que ao invés de estarem pulando, dançando e se beijando ao som frenético e ensurdecedor dos trios elétricos, os foliões do fundo do mar estavam rolando de um lado para o outro numa mórbida coreografia, empurrados silenciosamente pelo balanço do mar, sem dança, sem alegria, sem vida e sem poesia.

Dez dias após o carnaval, resolvi mergulhar com dois amigos na área do Farol da Barra para confirmar a notícia de que havia uma quantidade absurda de lixo espalhada pelo fundo do mar naquela área.

Mesmo com a água um pouco suja por causa das chuvas do dia anterior, logo identificamos o local. Na verdade o lixo não estava espalhado, mas concentrado em um canal provavelmente em razão do movimento das marés. Uma cena lamentável! Eram pelo menos mil e quinhentas latinhas metálicas e garrafas plásticas...



Continua em: http://www.globalgarbage.org/blog/index.php/2010/03/05/o-fundo-da-folia/

segunda-feira, 1 de março de 2010

O menino que domou o vento

Com dois livros de física elementar, um monte de lixo e a energia eólica, jovem abastece lâmpadas e celulares em sua vila no interior da África.

Em: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/0,,EDG87218-8489-221-1,00-O+MENINO+QUE+DOMOU+O+VENTO.html



Escondido entre Zâmbia,Tanzânia e Moçambique, o Malauí é um país ruralcom15 milhões de habitantes. A três horas de carro da capital Lilongwe, a vila de Wimbe vê um garoto de 14 anos juntando entulho e madeira perto de casa. Até aí, novidade nenhuma para os moradores. A aparente brincadeira fica séria quando, dois meses depois, o menino ergue uma torre de cinco metros de altura. Roda de bicicleta, peças de trator e canos de plástico se conectam no alto da estrutura e, de repente, o vento gira as pás. Ele conecta um fio, e uma lâmpada é acesa. O menino acaba de criar eletricidade.

O menino e a importância de suas descobertas cresceram. William Kamkwamba, agora com 22 anos, já foi convidado para talk shows, deu palestras no Fórum Econômico Mundial, tem site oficial, uma autobiografia - The Boy Who Harnessed the Wind (O Menino que Domou o Vento, ainda inédito no Brasil) - e um documentário a caminho. O pontapé de tamanho sucesso se deve a uma junção de miséria, dedicação, senso de oportunidade e uma oferta generosa de lixo.
Uma seca terrível no ano 2000 deixou grande parte da população do Malauí em situação desesperadora. Com as colheitas reduzidas drasticamente, as pessoas começaram a passar fome. "Meus familiares e vizinhos foram forçados a cavar o chão pra achar raízes, cascas de banana ou qualquer outra coisa pra forrar o estômago", diz Kamkwamba. A miséria o impediu de continuar na escola, que exigia a taxa anual de US$ 80. Se seguisse a lógica que vitima muitos rapazes na mesma situação, o destino dele estava definido: "Se você não está na escola, vai virar um fazendeiro. E um fazendeiro não controla a própria vida; ele depende do sol e da chuva, do preço da semente e do fertilizante", diz Kamkwamba.

Para escapar dessa sentença, começou a frequentar uma biblioteca comunitária a 2 km de sua casa. No meio de três estantes com livros doados pelo Reino Unido, EUA, Zâmbia e Zimbábue, Kamkwamba encontrou obras de ciências. Em particular, duas de física. A primeira explicava como funcionam motores e geradores. "Eu não entendia inglês muito bem, então associava palavras e imagens e aprendi física básica." O outro livro se chamava Usando Energia, tinha moinhos na capa e afirmava que eles podiam bombear água e gerar eletricidade. "Bombear um poço significava irrigar, e meu pai podia ter duas colheitas por ano. Nunca mais passaríamos fome! Então decidi construir um daqueles moinhos."

Você está fumando muita maconha. Tá ficando maluco." Era isso que Kamkwamba ouvia enquanto carregava sucata e canos para seu projeto. "Não consegui encontrar todas as peças para uma bomba d'água, então passei a produzir um moinho que gerasse eletricidade." Seu primo Geoffrey e seu amigo Gilbert o ajudaram, e após dois meses as pás giravam. O gerador era um dínamo de bicicleta que produzia 12 volts, suficientes para acender uma lâmpada. As pessoas próximas a ele só acreditaram em sua conquista quando ele ligou um rádio, que na hora tocou reggae nacional. "Fiquei muito feliz. Finalmente as pessoas reconheceram que eu não estava louco."
"Conseguimos energia para quatro lâmpadas, e as pessoas começaram a vir carregar seus celulares", diz. No Malauí, a companhia telefônica se recusou a fornecer infraestrutura para as vilas, e as empresas de celulares chegaram com torres de transmissão e baratearam os aparelhos. Por isso, hoje há mais de um milhão de aparelhos celulares no país, uma média de oito para cada cem habitantes.

A história chegou aos ouvidos do diretor da ONG que mantinha a biblioteca. Ele trouxe a imprensa, e o menino foi destaque no jornal local. E daí alcançou o diretor do programa TEDGlobal, uma organização que divulga ideias criativas e inovadoras que convidou Kamkwamba para uma conferência na Tanzânia. O jovem aumentou o primeiro moinho para 12 metros de altura e construiu outro que bombeia água para irrigação. "Agora posso ler à noite, e minha família pode irrigar a plantação", diz.

Depois de cinco anos, com ajuda daqueles que descobriram sua história, Kamkwamba voltou à escola. Passou por duas instituições no Malauí, estudou durante as férias no Reino Unido e agora cursa o segundo ano da African Leadership Academy, instituição em Johannesburgo que reúne estudantes de 42 países com o intuito de formar a próxima leva de líderes da África.

Apesar de não ter mudado em nada a sua humildade, o sucesso e as oportunidades de estudo tornaram mais ambiciosos os planos de Kamkuamba: "Quero voltar ao Malauí e botar energia barata e renovável nas vilas. E implementar bombas d'água em todas as cidades. Em vez de esperar o governo trazer a eletricidade, vamos construir moinhos de vento e fazê-la nós mesmos".

Ricardo Santos // fotos: Tom Rielly

Entrevista com William Kamkwamba: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/1,,EDG87250-8489,00.htmL