Eu sempre achei meio patético (desculpe a sinceridade) a mania dos fãs do filme Guerra nas Estrelas de se fantasiar e viver a vida real como se, de fato, tivessem um sabre de luz que fosse salvá-los de Darth Vader.
Festa de Mangá, gente vestida de desenho japonês, espadas e afins sempre me pareceram um tanto babaca.
Nunca gostei de filme de ficção. Acho Alien um porre, detesto Guerra nas Estrelas (por sinal, a trilogia, no auge de minha paciência, foi assistida consecutivamente...) e nunca tive saco para Contatos Imediatos de Terceiro Grau. O máximo da ficção que gosto é E.T.
Daí veio Avatar...
Na primeira vez que vi a foto do smurf tecnológico pensei: “eu?? Sem chances de ver esse filme.”
O que aconteceu daí em diante foi basicamente:
1. Amigos que disseram que eu tinha que ver o filme por causa da temática ambiental. Eu: que nada, já vi Wall-e!
2. Uma amiga-irmã que odeia tecnologia foi ver e me disse que o filme superou as expectativas dela. Eu: que expectativas eu tenho com esse filme?
3. Blogs que acompanho e que tratam do tema Sustentabilidade escrevendo sobre Avatar. Eu: nem vou ler para não me influenciar.
Veredito final: tive que ver o filme!
Lá fui eu, sem expectativas em relação aos efeitos do filme, mas doida para saber como eles tratariam o que, algumas vezes, parecer ser uma realidade inevitável: a destruição do meio ambiente (Definição de Meio Ambiente da ISO 14001:2004 sobre meio ambiente: “circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo-se ar, água, solo, recursos naturais, flora fauna, seres humanos e suas inter-relações.”).
Bom, desconsiderando o fato de eu ter me tornado um ser semi patético que, apesar de não querer sair na rua pintado de azul, queria muito ser um Na’vi, não existe como não se encantar com o filme.
Podem achar que o filme é clichê, piegas ou até xiita. Mas nada do que é tratado no filme é irreal ou inimaginável.
A conexão do Na’vi com a terra e com os animais é real.
A destruição do meio pelo homem é real.
A guerra promovida pela impaciência e inflexibilidade do homem é real.
Os tanques de guerra são reais.
A população fugindo da guerra e sendo devastada é real.
A ganância do homem é real.
A natureza se voltando contra o homem é real.
E isso foi para mim o aspecto mais interessante do filme. É difícil acreditar em um mundo com montanhas voadoras, mas é muito fácil imaginar o homem indo devastar outro mundo porque o seu simplesmente acabou.
Os chamados países desenvolvidos não fazem isso com os países de 3º mundo?? Quando acabam seus recursos eles não vão montar suas fábricas poluentes em países sem leis rígidas e ávidos por qualquer possibilidade de melhoria de vida (ainda que só na vida dos governantes)?
Então, qual é a falta de realidade de Avatar? Porque não considerá-lo um drama à um filme de ficção cientifica?
Eu me rendi a Avatar e, patética que sou, queria muito poder deitar na Árvore das Almas e me transformar para sempre em um Na’vi. Pelo menos assim eu não teria que convencer meu chefe de que Sustentabilidade não é marketing...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Adorei o texto!!!
ResponderExcluir