segunda-feira, 8 de junho de 2009

O Limoeiro...

Por causa de uma virose passei a sexta e o fim de semana de cama e não pude postar o texto no dia correto. Dan Dan, desculpe pelo atraso!

O texto abaixo foi escrito por meu colega, amigo e plantador de árvores Daniel Teixeira.

Certo dia, contei uma história que ocorreu comigo para minha amiga Luciana (a quem carinhosamente chamo de Gut Gut). Assim que terminei, ela me pediu que a escrevesse para que assim pudesse colocar no seu blog.

Enrolado como sou passaram-se meses e eu não escrevi, seja porque passo meus dias no trabalho na frente do computador e abomino passar meu tempo livre na frente destas máquinas, ou seja por pura e simples preguiça.

Mas hoje, Dia Mundial do Meio Ambiente, acredito que seja uma data muito boa para contar essa breve história, pois narra a minha primeira recordação de preocupação sincera com o meio ambiente.

Meus avôs tinham um grande sítio em Itacimirim, lugarejo no litoral norte da Bahia, onde eu veraneava muito quando pequeno. Era um sítio enorme repleto de coisas para fazer e eu passava as tardes perambulando e aprontando as maiores peripécias e aventuras.

Lembro de um dia estar brincando com meus primos de pirata ou guerreiro e estava sendo perseguido por um primo mais velho. Para fugir passei correndo descalço por um limoeiro e por uma bendita sorte que aparentemente só eu tenho pisei num espinho enorme do limoeiro. Cai no chão gritando e ainda apanhei de meu primo. A dor era aguda e as pancadas de meu primo não deixaram a desejar a nenhum “Popó” da vida.

Depois de apanhar levantei mancando e estava sentindo tanta raiva do limoeiro que peguei o pedaço de madeira que tinha na mão e “quebrei no pau” (como dizemos na Bahia) o bendito. Me recordo que muito pouco sobrou da árvore a não ser pelo caule central.

Na hora que terminei o extermínio do meu inimigo, completamente vingado e satisfeito, meu pai apareceu na janela da casa e me viu com a arma do crime e a vítima caída a minha frente. Levei uma das maiores broncas da minha vida, me sentindo um ser desprezível e injusto, e meu pai sabiamente, como castigo, me fez cuidar do Limoeiro até o final do verão.

Todos os dias eu levantava, tomava café e ia regar o limoeiro e colocar adubo. Almoçava e ia regar e adubar o limoeiro. Jantava e logo em seguida... ôh... Daniel lá do lado do limoeiro. Fiquei ainda mais indignado com o limoeiro, pois ele me tirava o tempo de diversão.

Ao passar dos dias fui notando que o limoeiro se recuperava aos poucos e eu acabei gostando da idéia dele estar bem por conta do cuidado que dedicava a ele.

Cuidei do limoeiro durante todo aquele verão e quando este acabou e tivemos que voltar para Salvador percebi que ele mostrava significante sinal de melhora.

Quando voltei no ano seguinte o limoeiro já estava forte, farto e dando muitos frutos. Os melhores limões não vinham da feira de Pojuquinha. Vinham do meu velho inimigo, que beneficiava a todos, os adultos nas caipirinhas e tempero de comida e os jovens no refresco de limão da hora da merenda.

Veraneei lá no sítio Gota D´Água até meus 23 anos, quando meus avós o venderam, e não se passou um veraneio sequer em que eu não regasse, adubasse ou me sentasse num final de tarde tomando água de coco ou comendo melancia ao lado do limoeiro, que ao final sempre ganhava as cascas.

Aprendi a lição e hoje planto uma árvore por dia no www.clickarvore.com.br .

Essa é a minha primeira lembrança de ter me preocupado com o meio ambiente. Desde então sempre fiquei muito atento as questões de preservação ambiental e aos impactos gerados devido as minhas ações diárias.

Acho que se cada um tivesse pisado num espinho de limoeiro e tivesse um pai consciente como tenho a sorte de ter, não estaríamos nesse caminho.

Plante sua árvore!

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