Por André Eysen de Sá [1]
1. Mobilização para um novo milênio
Pode-se afirmar que a pujança econômica mundial presenciada na última década, contribuiu expressivamente para minimizar a pobreza e a fome global, assim como melhorou a qualidade de vida de muitas pessoas do planeta.
Entretanto, apesar desses avanços, o mundo continua convivendo com cerca de 19% da população sobrevivendo com menos de US$1 por dia, o que significa que mais de 1 bilhão de pessoas segue abaixo da linha de pobreza, do mesmo modo, recém relatório da WWF indica que estamos consumindo em recursos naturais, 30% acima do que estamos sendo capazes de regenerar na natureza.
O recente colapso do sistema financeiro, que abalou conjuntamente todas as economias mundiais, expôs abertamente a fragilidade do atual modelo de desenvolvimento econômico, evidenciando que práticas empresariais pautadas na especulação selvagem, pela exploração irresponsável dos recursos naturais e pela baixa transparência dos seus negócios, estão fadadas ao fracasso e a perda de competitividade na nova perspectiva do comércio mundial.
Considerando que estes desafios não são novos, mas que seus indicadores vêm piorando gravemente ao longo dos últimos anos, cada vez mais o tema da Sustentabilidade tem ganhado força nos fóruns internacionais e nas agendas de Governos, na busca de soluções mundiais que iniciem a reversão dos atuais impactos.
Ao mesmo tempo, a Sociedade Civil tem demonstrado estar cada vez mais consciente do seu papel nessa dinâmica global, revendo práticas de consumo e organizando-se de modo a influenciar governos e grandes corporações empresariais a mudarem seu modelo produtivo. E por sua vez, o meio empresarial vem adotando gradativamente medidas que possam atender a esses novos requisitos de competitividade, passando a integrar os componentes da sustentabilidade a sua matriz de negócio.
Entretanto, sem sombra de dúvida, as empresas possuem um papel catalisador nesse processo, tendo novos desafios e oportunidades nesse novo contexto da sustentabilidade, uma vez que os objetivos e resultados a serem alcançados nesse atual cenário serão proporcionais a capacidade de atuarem em rede, e inegavelmente, de agirem no presente tendo como perspectiva o futuro, tornado-se empresas mais responsáveis, eficientes e duradouras.
[1] Mestre em administração com ênfase em gestão do terceiro setor. Vem atuando nos últimos 05 anos em projetos que visam a qualificação de territórios turísticos. Atualmente coordena a implementação de um Centro de Educação, Desenvolvimento e Cidadania no Empreendimento Reserva do Paiva (Pernambuco) da Odebrecht.
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